Acervo Histórico do Livro Escolar - AHLE

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR é formado pelo conjunto de livros escolares das antigas bibliotecas públicas infantis da cidade de São Paulo.

Com 5 mil volumes, o Acervo é composto por cartilhas, manuais escolares de todas as matérias de ensino, antologias literárias e livros de referência de uso escolar, entre outros, do século XIX até a década de 1980 e abrange os cursos primários, os secundários, os de formação de professor e o ensino técnico.
O Acervo está localizado na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato, equipamento da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Neste blog serão publicadas informações sobre esse acervo.


Seja bem-vindo.







sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

As Normalistas

(fig. 1)
Os cursos de formação de professores, no Brasil, remontam ao século 19, quando foram criadas Escolas Normais nas diversas províncias (atuais estados) do país. Sem dúvida a criação da Escola de Primeiras Letras, prevista na constituição de 1827, foi um dos fatores da necessidade de cursos específicos para a função de professor. Esses cursos tiveram existência precária durante o século 19 até se consolidarem com a República, com o advento dos Grupos Escolares. Cabe esclarecer que estamos falando da escola que formava professores (as) primários (as).
Em São Paulo a Escola Normal foi criada em 1846 (1) com várias interrupções e durante o século 20 foi palco de inúmeras intervenções até sua extinção com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação n.9394/96, que previu formação superior para os professores da educação básica.
A Escola Normal da Praça ou Escola Caetano de Campos foi um marco na formação das normalistas até porque São Paulo ditou em muitos momentos as novas tendências pedagógicas, foi precursor de mudanças e muitas vezes, modelo para outros estados do Brasil.
A “normalista”, imortalizada no cancioneiro popular e em tantas outras manifestações; a figura materna que se confundia com a professora primária; a “vocação” feminina, tão difundida no trato com as crianças; o uniforme e tantos outros indícios fortalecem a lembrança e a presença romântica dessa professorinha que a tantos
encantou.
A localização da Biblioteca Monteiro Lobato, próxima a Escola Caetano de Campos e a formação de sua primeira diretora, Lenyra Fraccaroli, normalista desta escola, favoreceram a aquisição, pelos poderes públicos, de um considerável acervo de livros que serviram aos estudantes das Escolas Normais.
Assim, nos registros sobre a história da Biblioteca encontram-se depoimentos sobre a presença de normalistas, que procuravam mapas e gravuras para as suas aulas e também livros para os seus estudos.
Com isso o ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE mantém mais de 200 títulos destinados a formação do professor (a) primário nas antigas Escolas Normais, contribuindo assim com a pesquisa na área da educação e também com essa faceta até nostálgica que a figura da antiga professora nos traz.

(Fig. 1) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE. “Leitura e Linguagem no Curso Primário”. Rio de Janeiro, Publicação do Instituto nacional de Estudos pedagógicos – INEP, 2ª. Tiragem revista, 1951.
(Fig. 2) SANTOS, Theobaldo Miranda. "Manual do Professor Primário". S. Paulo, Ed. Nacional, 1954, 3ª ed.
(Fig. 3) FONSECA, Anita. "O Livro de Lili". São Paulo, Cia Ed. nacional, 3ª. Ed., 1954.

Notas:

(1) Para maiores informações verificar MONARCHA, Carlos. Escola Normal da Praça- o lado noturno das luzes. Campinas. Ed. UNICAMP, 1999.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A origem das palavras e saudade do latim

(1)
Presidente ou presidenta? Questão recente em nosso país com a eleição de Dilma Roussef. Polêmica que alcançou o Senado Federal, intervenções em jornais e inúmeras consultas a especialistas da nossa lingua.
A maioria agora sabe que tanto faz, não quem ocupa o cargo, é claro, mas a forma masculina ou feminina para referenciarmos a quem atualmente preside nosso país.
Por curiosidade busquei a palavra no "Houaiss", jeito carinhoso de dirigir-nos ao dicionário de tão consagrado linguista. Assim eu soube que a palavra é de origem latina: paesindes, êntis; particípio presente de praesidère.


Pois bem, o latim foi lingua extinta dos currículos escolares, assim como o francês, com a Lei n. 5692, de 1971, que reformulou toda a estrutura do ensino no Brasil.
Atualmente a lingua inglesa e a lingua espanhola fazem parte da grade escolar.

(2)

O ACERVO HISTÓRICO DO LIVRO ESCOLAR - AHLE resguarda vários livros de latim, de francês e de inglês desde as primeiras décadas do século 20, dos antigos cursos ginasiais (atualmente 5ª a 8ª série do ensino fundamental) e também dos cursos clássico e científico (antiga divisão do que é hoje o curso médio ou recentemente o 2º grau).
Sem dúvida essas mudanças de nomenclatura, constantes no nosso sistema de ensino, mais atrapalham do que ajudam na recuperação da memória escolar.
(3)
Mesmo assim alguns se lembram do professor de latim e suas declinações. Ou então da palavra "madame" forma respeitosa de dirigir-se as professoras de francês. E as letras de música que traduzia-se do inglês, na já invasora cultura americana que tanto seduzia? Além do cinema, é claro!

Afora os manuais escolares com as matérias de ensino, gramáticas e dicionários compõem mais de uma centena de livros escolares de lingua estrangeira do AHLE.



Notas:

(1) VALENTE, Pe. Milton, S. J. Gramática Latina para as quatro séries do Ginásio, Porto Alegre, Liv. Selbach, 1952.
(2) COSTA, Aída. Segundo Livro de Latim, 2ª série, curso ginasial. S. Paulo, Ed. do Brasil, 1953, Ilustração de contracapa.
(3)RAINHA, Augusto R. e GONÇALVES, José A. Cours de Français: première année. S. Paulo, Ed. do Brasil, 1963.